domingo, março 04, 2012

Santuário Ecológico Marinho de Ilhabela JÁ


Acompanhei a manifestação realizada ontem na Vila pela sociedade civil contra a ampliação do porto de São Sebastião. Entendo os elementos emocionais que levam à realização de tais ações, mas, na melhor das hipóteses, coisas assim são muito ingênuas. Digo isso por dois motivos.

O primeiro é o fato de que manifestações públicas por definição não propõem nada. E a manifestação de ontem não foi diferente; seu resumo é «não queremos o porto, o porto é mau». Essa foi a «mensagem» transmitida, em nada diferente do que já vem sendo dito há muito tempo inclusive por pessoas mais esclarecidas e mais dispostas a buscar e a transmitir informações consistentes.

O segundo é o fato de que quem precisava receber a mensagem dificilmente se abalará com um punhado de crianças e adolescentes obviamente bem intencionados gritando palavras de ordem repetidas ad nauseam em redes sociais. Desde o Fora Collor, políticos e burocratas estão absolutamente acostumados a lidar com manifestações públicas. É compreensível que pessoas em idade escolar se disponham a isso, mas não é compreensível que até hoje não tenha surgido uma idéia, uma estratégia, um caminho que realmente indique que há alguma possibilidade real de que o governo desista das suas birutices.

Mas eis que surge uma idéia.


sábado, março 03, 2012

Notas sobre ampliação do porto de São Sebastião II



Neste sábado, 3 de março de 2012, a sociedade civil de Ilhabela deverá fazer uma manifestação contra o projeto de ampliação do porto de São Sebastião. Oportunista que sou, permitam-me aproveitar o momento para oferecer novamente meus cinco centavos sobre o assunto.

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Dezembro passado escrevi algumas coisas sobre o assunto e ao final do texto concluí que o melhor é evitar não apenas o projeto de ampliação do porto, mas qualquer ação que implique mais «desenvolvimento regional» para o Litoral Norte. Coloco aspas em «desenvolvimento regional» porque quando se fala disto notamos desenvolvimento para setores específicos do Estado de São Paulo como um todo (indústrias, por exemplo) e um pesadíssimo ônus social e ambiental para a região que recebeu o magnífico empreendimento. Cubatão é um exemplo clássico dessa palhaçada estatal travestida de conto de fadas.

Não apenas em razão de exemplos trágicos como o de Cubatão, todos sabemos aonde o «desenvolvimento regional» leva e sabemos também que mesmo o melhor cenário futuro não será tão bom quanto o cenário atual e será infinitamente pior do que o cenário de 30 ou 40 anos atrás. Em outras palavras, o Litoral Norte está piorando e uma das propostas do Governo do Estado de São Paulo é acelerar este processo através da realização de obras que obviamente intensificam os fatores de degeneração social e ambiental. Genial.

Só que...